sexta-feira, maio 18, 2007

A dura realidade dos estudantes de publicidade

Por algumas horas, durante dois dias de evento, tive a oportunidade de participar do Publiday - evento com o objetivo de aproximar o dia-a-dia da propaganda para cerca de 300 estudantes, que por ventura estejam em dúvidas de que área dessa profissão seguir ou até mesmo saber se essa é a atividade a ser seguida.

Nos intervalos de uma palestra para outra conversei com alguns estudantes e o coro era um só: nesse mercado não tem oportunidade!. Outro estudante disse: pagamos R$ 600 de faculdade e não conseguimos nem um estágio que pague essa mensalidade. Em outro caso, um aluno se ofereceu para ser o servente da agência, disse ele: é mais fácil eles saberem do meu potencial estando aqui dentro do que lá fora.

Por outro lado, empresários da comunicação reclamam cada vez mais da falta de qualificação e despreparo dos novos profissionais que entram semestralmente no mercado de trabalho. E aí entramos em outro fator polêmico que é o papel das faculdades. Será que as universidades estão apresentando as novas tendências de mercado para futuros profissionais que vão se deparar com essa realidade ou estão se limitando apenas em apresentar as etapas de um briefing? Será que os estudantes em alguma disciplina aprendem o que é web 2.0, conteúdo colaborativo, product placement, brand experience, ativação de marcas (ferramentas que são usadas diariamente por agências que entendem o comportamento do consumidor) ou apenas como se dá o processo de comunicação? Não que cadeiras com história da arte, teoria da comunicação, sociologia não sejam importantes, pelo contrário, são básicas. Mas é de fundamental importância, que as faculdades tenham conhecimento que esses profissionais estão chegando desatualizados no mercado por uma deficiência, também, do programa acadêmico.

Devido a esse caos, ou seja: excesso de mão-de-obra, profissional despreparado, mercado pequeno em relação a oferta de profissionais, só quem perde é a nossa atividade e a ética que tende a passar longe em mercados como esses.

Mas ainda não é o fim do mundo. Para Henrique Menezes, da HSM Comunicação, no mercado pernambucano, uma saída para estudantes-empreendedores seria se especializar como prestadores de serviços e entregar um produto/serviço de maior valor às agências. Visto que em diversos casos, para viabilização de vários projetos, agências pernambucanas recorrem a prestadores de serviço do eixo Rio-SP.

Para quem não tem condições ainda de colocar um negócio e pretende se direfenciar de alguma forma no mercado de trabalho, parabéns, acreditem: só em está lendo este artigo e frequentar blogs especializados como esse você já está deixando alguns profissionais para trás. E para finalizar, caro leitor, saia do básico, VÁ ALÉM.

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10 Comments:

At 7:40 PM, Anonymous Anônimo said...

Excelente artigo que reflete a realidade que os estudantes de publicidade e propaganda enfrentam. No entanto, fica a velha máxima: sempre há espaço para quem sabe enxergar (e cultivar) as boas oportunidades. Aproveito e deixo outra dica: se engajar em trabalhos voluntários é uma excelente forma de ganhar experiência, notoriedade e ainda ajudar a quem precisa. Fica também a dica do site www.vitrinepublicitaria.net que é destinado a estudantes e recém-formados. Parabéns pelo seu blog e continue escrevendo!

 
At 10:15 PM, Anonymous Anônimo said...

Belo artigo Thiago. Meus parabéns cara! Abraço.

China

 
At 11:39 AM, Anonymous Anônimo said...

Perfeito Thiago, esse final de semana participei de um Workshop com o Cleber Paradela, diretor de criação da Agência Tudo, do grupo Ypy, de Nizan, o curso se chamava "Alem da propaganda", justamente sobre essas novas tendências, que são obscuras no universo da faculdade clássica, em breve vamos postar um resumo lá no xiscando, abraço velho!


www.xiscando.com

 
At 12:17 PM, Anonymous Anônimo said...

Galera,

é preciso colocar alguns pontos nesses is. Isso é polêmico, mas acho importante criar o debate. O mercado de publicidade está em crise. A gente pode encontrar um monte de motivos para chegar onde chegou. Em quase todas as áreas é a mesma coisa: muita gente para poucas vagas. Quantos publicitários se formam por ano? Existe demanda para tudo isso?

Desvalorização do mercado é outro ponto. Vem acontecendo de um tempo pra cá que tudo é grana. Os anunciantes, as agências só pensam nos centavos. Estou generalizando porque isso virou regra e as agências e anunciantes que procuram qualidade, mesmo que por um preço mais caro, virou exceção neste mercado. De um modo geral tudo é decidido no orçamento. Do fornecedor à mídia. E os salários caem, a qualidade cai.

Outra coisa: se quer ser um bom criador, um bom diretor de arte, você precisa sim conhecer muita história da arte, muita sociologia e antropologia, estudar estética, economia, mitologia grega.

Publicitário já teve um status muito melhor do que tem hoje. Concordo com Walter Longo quando diz que isso se deve ao distanciamento dos resultados/qualidade(e o olhar para o próprio umbigo) que marcou o caminho da publicidade brasileira nos últimos tempos.

Espero ter contribuido um pouco. Os estudantes são o mercado dos próximos anos. Vocês serão responsáveis pela situação que está por vir. Está na mão de todos.

 
At 9:24 AM, Anonymous Anônimo said...

Belo post, vendo em que nas faculdades tanto publicas qnt particulares por não ensinam aquilo que vc so ve no dia a dia como o próprio publiday mostrou vi coisas ali que foram de grande valor, o mercado publicitário esta ai precisando de profissionais com O diferencial e muitos acham que ir para ele apenas com uma faculdade é o suficiente no que hj ate para ser gari ja exigi um grau de escolaridade maior, o mundo mudou e temos q acompanha-lo ou então ficamos para trás.

 
At 11:10 AM, Anonymous Anônimo said...

Esse é o meu sócio. Que artigo meu velho. Parabéns. Cada vez você se supera. Só para não deixar passar um assunto tão importante como esse venho colocar meu comentário. Como foi dito por nossos colegas abaixo palavras como Oportunidade, dinheiro, voluntarismo, Excelência, relacionamento e risco merecem um grande ênfase para as pessoas que realmente querem chegar ao seu objetivo. Para os estudantes isso não é diferente. Seja Excelente e não mais ou menos, o mercado não está para os mais ou menos a Excelência é o básico, bote pilha no que você diz ser bom e torne-se excelente. Não espere a oportunidade bater na sua porta, corra atrás dela que cada vez mais ela vai se aproximar de você. Crie relacionamentos e sempre agregando valor com experiências positivas, network é a bola da vez. Seja voluntário , não pense no agora. Pense a longo prazo. Pense grande. Corra risco. Isto é fato. Não pense que vai ser fácil. Para se chegar ao bom você vai ter que passar pelo ruim. Isto é certo. E por fim enxergue o dinheiro como uma conseqüência do seu trabalho. Lembre que não existe ganho ou perca, o que existe é apenas uma conseqüência perante a sua ação. Se você quer,almeja,ama realmente o que faz ele vai vim sem que você se quer perceba. Quando você der conta já vai estar rodeado dele. Bem pessoal espero ter contribuído com o assunto, pois realmente isto ai nenhum faculdade ensina. Só a vida. Abraços a todos. Thiagão. Esse foi o melhor.

 
At 9:27 PM, Anonymous Anônimo said...

Caro Thiago, como seu ex-professor e profissional de agência, não posso deixar de parabenizá-lo. Contudo, e acho que nesse momento a interatividade deste blog é o que talvez vc chame de colaboração, preciso fazer algumas considerações. Na minha época, reclamávamos das mesmas coisas: poucas agencias e muitos estudantes. Naquele momento, as tecnologias disponíveis eram mais escassas e Promoção de Vendas, por exemplo, uma raridade por aqui. Acho que é preciso uma Faculdade diferente, mas tb um Aluno diferente. Um aluno que não passe apenas 2 ou 4 horas em uma sala de aula, um aluno que se interesse em produzir, praticar e principalmente, criticar a comunicação que se faz hoje. Não dá mais pra copiar na aula e repetir na prova. Como vc disse, e fazia durante as aulas, é preciso IR ALÉM. Abraços.

 
At 9:07 AM, Blogger Bruna Azevedo said...

Valeu pela colaboração pessoal! Esse espaço fica muito mais rico com a opinião de vocês. Obrigado pelos elogios e vamos todos ALÉM.

 
At 7:03 PM, Blogger Aline Camargo said...

Adorei.Muito bem postos todos os argumentos.
Desabafo: Tudo isso é um tanto complicado e deve ser discutido porque pagamos para obter conhecimentos de boa qualidade, informações e orientações, isso não acontece. De fato não passamos das etapas de um briefing, como você bem colocou. Me considero empreendeora ou pelo menos alguém que procura o dia todo por informações, técnicas e novidades, afinal não tenho QI[quem indique], mas mesmo assim às vezes me vejo perdida, procurando do nada por esses tão valiosos diferenciais. Me faz falta uma boa orientação.

 
At 11:46 PM, Blogger Cleyton Cabral said...

Acredito ainda no pontecial, diferencial e ousadia, aliados a um esforço nos etudos, pesquisas, práticas.
O mercado é difícil sim, mas se você se esforça, e tem talento pra coisa, não vale esperar que caia do céu. Apesar da dificuldade, as agências estão lá: Vão vender seus peixes!
Esses dias sairei de porta em porta... das agências que quero agregar conhecimentos, observar, estar por perto.

Ah, quero ser redator publicitário. Se tiverem precisando de um estagiário nessa área, não pensem 2 vezes: ESTOU AQUI!

Parabéns pelo espaço Thiago!

 

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