quarta-feira, abril 25, 2007

Uma oportunidade chamada Nordeste

Nas décadas de 60, 70 e 80, aterrorizados pela seca e sem perspectiva de oportunidades profissionais, grande parte dos Nordestinos migraram para a região Sudeste em busca de ofertas de emprego.

Hoje, devido ao potencial do Nordeste - segunda região mais populosa do país (mais de 49 milhões de indivíduos/consumidores), poder de compra mais elevado da população, PIB superior ao de paises como: Chile, Singapura, Venezuela, Colômbia e Peru, recursos naturais e matéria-prima abundantes, grande potencial turístico, referência musical e cultural, etc.etc.etc. – diversas indústrias, empresas e executivos, em busca de qualidade de vida e novos mercados, estão fazendo o processo inverso de algumas décadas atrás: subindo para o Nordeste.

Outro fator que explica essa migração, é que seja expandindo seus próprios negócios ou formando parcerias com empresas locais, grandes investidores entenderam que não dá para realizar projetos eficientes e eficazes quando se está longe de um contexto tão diversificado e peculiar como o da região Nordeste, na qual se tem um consumidor atípico que seu comportamento e hábito de consumo influenciam diretamente no conteúdo do produto oferecido, distribuição, precificação e comunicação. Vejamos alguns cases:




Em 1996, a Unilever mesmo tendo produtos de referência em seu portfólio voltados para limpeza como, Omo, Minerva e Surf, lançou o Ala, exclusivamente, para atender a consumidora do Norte/Nordeste que tem necessidades e hábitos de consumo diferenciados. Através de pesquisas foi detectado que boa parcela das consumidoras nordestinas lavava roupa na beira do rio e em cima das pedras. Para as embalagens não se danificarem em um ambiente úmido e molhado desses, o detergente em pó Ala foi lançado com uma embalagem de plástico e não de caixa como convencional. Outra variável que precisou se adequar ao perfil do consumidor nordestino foi o preço, que é bem mais acessível. Já o cheiro ganhou uma fragrância refrescante de flores e frutas, que combina com o clima da região. Hoje, Ala tem 31% de participação em volume só no mercado de Recife. (Ibope/Dezembro 2004)

Já a Pepsico pensando em aumentar sua participação na região Nordeste através da Marca Elma Chips, criou uma série de ações para regionalizar a marca e conquistar o mercado Nordestino. A distribuição passou a ser própria e a disponibilidade do produto em fiteiros (pequenos estabelecimentos que vendem desde chicletes a cadarços de sapato e possuem alto volume de vendas) - que, diga-se de passagem, tem em grande quantidade na região - passou a ser maior. Reduziu o preço do Fandangos para R$ 0,90. Criou um produto com gostos nordestinos e aumentou a quantidade total de salgadinho por pacote. “A adequação dos produtos para o Nordeste levou a Elma Chips a atingir um crescimento médio na região de 35% ao ano”. Afirmou Gianetti – gerente de marketing do Nordeste da Pepsico/Elma Chips.

Está claro que o Nordeste é uma região cheia de oportunidades, principalmente, quando falamos em produtos e serviços destinados a classe C,D. Agora, o que cada vez mais, as marcas e suas agências vão precisar entender, é que para ter sucesso com esse público será preciso ir muito além do oferecimento de produtos que se baseiem em estereótipos deturpados.

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2 Comments:

At 10:06 AM, Anonymous Anônimo said...

Thiago

Inspirador este artigo.
Aqui, o que eu estou vendo é a mudança no olhar sobre o Nordeste.
O lema é "se não podemos enfrentar o inimigo, devemos nos aliar a ele".
Está sendo muito divulgado aqui em São Paulo os avanços tecnológicos de Recife. O Cesar e a UFPE são referências nacionais.
A mudança de postura, reflete-se até na forma como são recebidos os nordestinos.
O sotaque carregado, hoje é considerado lindo por muitos paulistanos.
E assim vamos quebrando a imagem de decadência e consolidando nossas qualidades mercadológicas e culturais.

Um abraço.

 
At 2:58 AM, Anonymous Anônimo said...

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